Votação confusa na Câmara acaba aprovando Moção de Repúdio contra diretora do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas

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Na sessão da Câmara Municipal, na manhã desta quarta-feira (11/04), sob a presidência do vereador Agnaldo Teixeira Barbosa, o “Agnaldo da Saúde” (PR), os vereadores Marcos Gusmão Pontes Belitardo (PHS) e Jorís Bento Xavier (PTN) apresentaram a Moção de Repúdio nº 14 de 10 de abril de 2018, contra a atual diretora do Hospital Municipal de Teixeira e Freitas, Maria Rosa Sales Silva.

Na justificativa da moção apresentada, os parlamentares autores descreveram que o repúdio se deu pela incompetência na gestão do Hospital Municipal e da UNACON – Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e da insensibilidade da diretora no trato para com as pessoas que procuram pelo serviço nas unidades de saúde e aos servidores das referidas instituições.

Com exceção de requerimentos, projetos de Lei do Executivo, Projeto de Lei do Legislativo e Projeto de Resolução, é rotina na Câmara Municipal de Teixeira de Freitas se votar em bloco indicações, pedidos de providências e moções. E nesta quarta-feira, tinha 4 moções para se votar, duas de congratulações, uma de pesar e outra de repúdio. No último pronunciamento da sessão, o líder do prefeito na Câmara, o vereador Ronaldo Alves Cordeiro (PSC) requereu verbalmente que a indicação de repúdio da diretora Maria Rosa fosse votada em separada, visando convencer os colegas a não aprovarem a moção, considerado uma atitude precipitada.

Quando o presidente Agnaldo da Saúde anunciou o grande expediente da sessão ordinária, começou a confusa votação. Ronaldo Cordeiro ganhou apoio do colega vereador Arnaldo Ribeiro Souza Junior, o “Arnaldinho” (PT) e os debates continuaram, a ponto do presidente Agnaldo da Saúde suspender a sessão por 5 minutos. No retorno, os debates já indicavam que a votação poderia empatar em 8 a 8, e o presidente Agnaldo da Saúde teria que desempatar. O presidente não vota, somente em caso de empate e, na sessão de hoje (11), dos 19 vereadores só compareceram 17, porque José Mendes (PSDB) e Erlita Freitas (PT) estavam ausentes.

Primeiro o presidente Agnaldo da Saúde colocou em votação a opção do plenário optar se votava ou não a moção em separado das demais – mas a maioria, inclusive os autores concordaram em votar separadamente. E finalmente se abriu o placar e a votação começou no painel eletrônico. E realmente o placar se confirmou em 8 a 8, no entanto, os vereadores contra a Moção de Repúdio em meio à votação confusa, ao invés de votar “NÃO” no terminal eletrônico, votaram “ABSTENÇÃO”. E a moção foi aprovada por maioria simples com a totalidade dos votos válidos e o presidente não foi obrigado a votar para desempatar.

Em favor da Moção de Repúdio:

Jorís Bento Xavier (PTC), Marcos Gusmão Pontes Belitardo (PHS), Adriano Santos Souza (Podemos), Ailton Lacerda Ferreira (PSC), Antônio Marques Ferreira da Silva (PROS), Marcílio Carlos Goulart (PT), Darlan Martins Lopes (PSD) e Jonathan de Oliveira Molar (SD).

Contra a Moção de Repúdio:

Ronaldo Alves Cordeiro (PSC), Arnaldo Ribeiro Souza Junior, o “Arnaldinho” (PT), José Bernardo Gomes Cabral (PSD), Juvenal Etelvina Laureano, o “Juvenal das Laranjas” (Podemos), Leonardo Feitoza da Silva, o “Leonardo do Sindicato” (PC do B), Manoel Pedro da Silva Neto, o “Pedrão” (PV), Valci Vieira dos Santos (SD) e Wildemberg Soares Guerra, o “Sargento Berg” (PSDB).

A diretora:

Ouvida, a diretora do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas, Maria Rosa Sales Silva, disse que nunca foi procurada pelos dois vereadores propositores da moção para qualquer diálogo e que tanto no Hospital quanto na UNACON ela prioriza e respeita a ordem dos tratamentos dos pacientes ou a gravidade do problema. E que em relação a matéria na Câmara Municipal nada tem a comentar e que encara a aprovação da Moção de Repúdio em seu desfavor com total soberania, respeitando a opinião e o espaço de cada um. E acrescentou que todas as suas atitudes nas unidades são reportadas primeiramente ao prefeito e que vai continuar fazendo seu trabalho para o qual foi designada até o dia que o gestor municipal continuar deliberando sobre suas funções.