Prefeitos até que pesam nas eleições estaduais, mas não é lá tanto assim

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Exemplo mais ilustrativo vem de 2006, quando Jaques Wagner, então deputado federal, destronou o carlismo derrotando o governador Paulo Souto, que tinha apoio de 370 dos 417 prefeitos

Imagem: O Globo/reprodução

Até que ponto as eleições municipais influenciam as estaduais? Consenso entre políticos: na disputa para deputado, o apoio do prefeito é fundamental. O candidato abraçado quase sempre é o mais votado. No mais, nem tanto.

O exemplo baiano mais ilustrativo da situação vem de 2006, quando Jaques Wagner (PT), hoje senador, então deputado federal, destronou o carlismo derrotando o governador Paulo Souto, que tinha apoio de 370 dos 417 prefeitos da Bahia.

Das urnas deste ano, os prefeitos eleitos pelos partidos que se aliaram a ACM Neto e Bruno Reis em Salvador somam 116, contra 301 dos aliados de Rui Costa, com uma ressalva: o PDT com 13 e o PL com 20 estavam com Neto, mas também integram a base de Rui Costa. O lado que eles vão tomar agora é uma pendenga na pauta política de Rui.

Novo mapa

— O PDT tem a Junta Comercial do Estado e a Secretaria de Agricultura; o PL tem a Secretaria de Turismo. Rui evitou criar polêmicas antes das eleições, e até agora nada se falou sobre o caso, mais um no vasto mix de problemas governistas. O PSD de Otto Alencar, com 108 prefeitos, é o maior da Bahia, seguido do PP de João Leão, com 92. O PT de Rui e Wagner ficou lá atrás, com 32.

Mas a questão federal pesa mais. Em 2006, Wagner ancorava-se em Lula, presidente eleito em 2002. Naquela época, ele era o novo, contra o carlismo, o velho.

Ironia: agora Wagner é o velho; e ACM Neto, o novo. Mas não tem o presidente.

Fonte Bahiaba Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.